domingo, março 06, 2005

Halls


Vem aí o documentário sobre Garganta Profunda. A narração é de Dennis Hopper.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Garganta Profunda (Deep Throat), lendário pornô de 1972, foi o primeiro filme com cenas de sexo explícito a que assisti. Tinha dezessete anos. Foi no Cine Íris, numa época em que obras de grandes cineastas ainda faziam parte da programação. Contava a história absurda de uma mulher, encarnada por Linda Lovelace, que tinha o clitóris localizado na garganta, razão pela qual sentia enorme prazer na prática do sexo oral. Lembro-me de ter ficado impressionado, mas não muito excitado. Só um pouco mais tarde, com indisfarçável interesse, vi a edificante película Deep Inside Annie Sprinkle, onde Annie (uma ex-prostituta) relatava suas fantasias sexuais no estilo de um documentário.

Muitas produções do gênero tinham roteiros, pouco inspirados, na verdade, e foram vistas na telona por um grande número de pessoas, a exemplo de O Diabo na Carne de Miss Jones, Atrás da Porta Verde, Tabu, hoje em dia considerados clássicos do cinema pornográfico. Fora o lado comercial, o objetivo devia ser mesmo o de provocar o público, mas pelo menos uma cena é marcante em Miss Jones: aquela em que ela hesita em cortar ou não os pulsos e, finalmente, após cometer o suícidio, é julgada no inferno. Morre virgem e, na morada do demo, sofre pelos desejos não realizados em vida.

Soube há pouco tempo da existência desse documentário Inside Deep Throat e não deixa de ser curioso que um produto normalmente visto como ordinário, marginal, subcultura, tenha recebido um lugar de destaque. Mas, convenhamos, se o valor artístico de Garganta Profunda é questionável, o impacto causado na conservadora sociedade norte-americana, nos anos 70, e outros fatos relacionados ao filme, como protestos, prisões por obscenidade, declarações de estupro, apoio por parte do crime organizado, bastariam para dar sentido a abordagem. E abre também a discussão a respeito do tratamento dado a sexualidade, principalmente nos meios de comunicação.

Para quem ainda não assistiu, vale a pena alugar o vídeo, ou melhor, o DVD Boogie Nights, de Paul Thomas Anderson, que no Brasil recebeu o título de Prazer Sem Limites. Mostra a ascensão e o declínio do filme pornô, que ficou relegado a uma produção em série, de baixo custo e lucro garantido com a popularização do vídeo-cassete, na década de 80, e ainda rendeu uma ótima atuação de Burt Reynolds (!). De quebra, uma boa trilha sonora.

Gladyson Braga

6:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Observação: Cine Íris de Feira de Santana.

Gladyson

9:56 PM  

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