segunda-feira, julho 11, 2005

Direto da Flip

Histórias extraordinárias de Clarice

06.07.2005 | A homenagem a Clarice Lispector, dirigida por Naum Alves de Souza, foi uma equilibrada e emocionante combinação entre textos lidos por Regina Braga, Marcélia Cataxo, Lícia Manzo. Aloísio de Abreu, João Camargo e Jonathan Faria e depoimentos exibidos em vídeo. Antônio Cândido, seu primeiro crítico literário, e Ferreira Gullar foram alguns dos que falaram sobre a escritora. Duas histórias merecem destaque:

Chico Buarque contou que a primeira vez que viu a escritora foi no Antonio`s, lendário bar da boemia carioca nos anos 70. Clarice, que sempre foi muito reclusa, adentrou o bar e causou espanto com sua beleza meio oriental. “Ela era desconcertante”, disse ele. Um dia, Clarice chamou Chico para jantar na casa dela. Ele, que sempre se sentia um tanto constrangido na presença da escritora, pediu para levar dois amigos: Vinicius de Moraes e Carlinhos de Oliveira. Chegaram tendo bebido antes porque ela avisou que em sua casa não serviria álcool.

Conversaram a noite inteira, mas ela esqueceu de servir o jantar.

Lígia Fagundes Telles contou que as duas viajavam juntas para um congresso na Colômbia. Lígia, que detesta aviões, começou a ficar tensa quando uma tempestade fechou o tempo e tornou o vôo tenso. Clarice tratou de tranqüilizá-la: “A cartomante me disse que vou morrer deitada na cama, não vou morrer de desastre. Acalme-se”.

Lígia garante que, dito isso, o céu se abriu e as duas chegaram felizes em terra.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Desconcertante é o melhor adjetivo para Clarice Lispector, o mais perfeito...
Quando eu crescer quero ser desconcertante como ela...
aliás...já me chamaram assim...mas vindo de quem veio, não sei bem se foi um elogio, ou se queria mesmo era me chamar de maluca...

10:18 PM  

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