sexta-feira, maio 08, 2009

Circo

Essa reforma da língua portuguesa brasileira é um saco mesmo. De um inutilidade atroz.
Mas de tudo que rolou, a que mais me irrita é o não acento em "para", de "parar". Não sei, mas me dá um choque não ver aquele diferencial...

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O problema, meu caro, é que Bechara cada vez mais se embrulha, não consegue justificar suas idéias, diz não aceitar discussão com ninguém que não seja da área de linguística, i.e. correu do pau, além de conseguir o feito de na última modificação contrariar o decreto do qual ele é um dos responsáveis. Ademais, como se pode falar de unificação ortográfica se as suas últimas decisões foram tomadas sem a consulta a outros países interessados? O sujeito é mesmo um fenômeno.
Jessé de Almeida Primo

11:29 AM  
Blogger sergio marcone said...

É... li recentemente que Portugal está pouco se lixando (ch?) para a tal da reforma. Quando Houaiss defendia com unhas e dentes essa unificação, dizia-se que havia grandes interesses, sobretudo editoriais, que gerariam grandes somas de $$ para livreiros, autores, publishers etc.
Essa casa, como já dito, será mezzo calabresa, mezzo mussarela. Quem quiser ir, que vá.

7:42 PM  
Anonymous Anônimo said...

mu(ss)çarela não é com C cedilha????

8:56 AM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Marcone:

Eis um trecho de uma entrevista de Napoleão Mendes de Almeida(Veja 24/02/1993) como um complemento sobre o que você acabou de falar sobre Houaiss:

VEJA - O que o senhor acha das reformas ortográficas feitas periodicamente no português?
ALMEIDA - Vejo como uma forma de comércio. O interesse das reformas ortográficas é financeiro, não intelectual ou prático. Tem por fim o lucro, seja da Academia Brasileira de Letras, seja de alguma editora, seja de algum rato de ministério, como é o caso atualmente no Planalto. Certa vez o Cláudio de Souza, então presidente da ABL, esteve no meu escritório, antes da reforma de 1943, e me perguntou por que eu era contra a reforma ortográfica. Ele me explicou que a Academia tinha despesas com a impressão do vocabulário. Eu disse: meu caro, não acha que a sua resposta deve ser substituída pela reflexão de que o interesse da reforma ortográfica é de caixa, e não de ensino? O escritor interessado quer modificar a ortografia, mas o livro dele, sua gramática, com a nova ortografia, já está pronto. Em 1949, quando saiu um decretinho no Diário Oficial introduzindo a nomenclatura gramatical brasileira, um dos tratantes da comissão já estava com o livro dele, incluindo as modificações, na terceira edição.

VEJA - O acordo de unificação ortográfica entre o português do Brasil e o de Portugal, negociado atualmente pelo ministro da Cultura, Antônio Houaiss, encaixa-se nesse caso?
ALMEIDA - Faço minhas as palavras do jornalista Paulo Francis, num artigo recente. O bom dessa rusga diplomática que está ocorrendo entre Brasil e Portugal é que ela matou o acordo ortográfico do Antônio Houaiss. O Houaiss não é bobo, já admitiu que o acordo foi arquivado por tempo indeterminado. Isso porque ele é editor, paga imposto de renda pelo que edita. Qual seria o seu interesse na reforma senão ser o primeiro a dizer: "O que foi decretado ontem já está em forma de livro?" Vernáculo não é política para viver de alternativas, para alimentar-se de amizades e confrarias. O vernáculo vive de escritores, e estes não se impõem pela quantidade, senão pela qualidade de obras que expressem o belo sem protuberâncias vocabulares nem manifestação de desnutrição, de doenças gramaticais.

VEJA - A unificação da ortografia usada no Brasil e em Portugal, prevista pela reforma, não seria desejável?
ALMEIDA - Que unificação? Não existem duas línguas, apenas uma.

VEJA - Mas muitas palavras são usadas ou grafadas de forma diferente nos dois países.
ALMEIDA - E no Brasil não acontece o mesmo, de região para região? Não há diferenças prosódicas e de significação? Isso não prejudica o idioma de forma alguma. Tome-se, para efeito de comparação, o dicionário Webster da língua inglesa. Para certas palavras ele dá quatro pronúncias diferentes. Outras são mostradas com três grafias diversas. Isso é motivo para um espertalhão querer introduzir uma lei que determine uma só forma ortográfica, uma só pronúncia da palavra?

Jessé de Almeida Primo

9:06 PM  

Postar um comentário

<< Home