sexta-feira, outubro 12, 2007

Friends

Jessss, não volte tão cedo.
Esqueça esse bang-bang sertanejo aqui e empanturre-se de um pouco de civilização regada a barbárie.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Sampa, Sampa
Pois é, meu caro, há quanto tempo. E o mestrado, a quantas anda? Com qual tese Ignobel está lidando no momento? De minha parte, gosto desta região bandeirante, onde fiz um estágio de dois meses há sete anos e vou ficando por aqui mesmo, de vez em quando dando uma espiadinha no Rio de Janeiro, tal como nós, feirenses, fazemos em relação com Salvador. Esta cidade, como diz o clichê e segundo seu próprio testemunho, é uma grande divulgadora de cultura, mas não consegue produzir uma literatura relevante, limitando-se cada vez mais a sua tendência de fazer narrativas de gago:
“Eu cheguei. Vomitei. Olhei para a vagabunda. Comi sua bunda. Ela gritou. Eu também gritei. Dei um tiro na cara dela. Chamei ela de cadela. Ela disse: vem. Eu fui. E fiquei. Acendi um cigarro. Peguei fogo. Levei fumo. Pou! Poc! Top!Top! Ui! Fim! The end!”

Quanto à barbárie, o que mais preocupa é Mano Brown (um criminoso que encontrou no que ele chama de música seu meio de expressão, não é à toa que ele é lulista(a quem defende segundo sua própria experiência em Capão Redondo: Ele tá certo, um mano não entrega outro mano...) , além de martista, fidelista, chavinista, moralista ) diante do qual, no Roda-Viva, os entrevistadores ajoelharam-se aos pés, como os botocudos prestando reverência ao capitão Kurtz em Coração das Trevas, tendo inclusive o privilégio de os participantes do programa lhe adiantarem as respostas, numa demonstração telepaticus via sacus doloridus formidável:
Entrevistador: o que é mais perigoso, maconha ou uma 51?
Mano Brown: (Silêncio misterioso de quem comanda Capão Redondo)
Outro entrevistador: 51!
Em tempo, no programa havia uma psicóloga que de tão fascinada por ele e por sua “poesia” me levou a crer que ela é do tipo que usa sua profissão para desencalhar o rabo.

Preocupa-me também um tal de Ferrez, o tal do favelado cabeça de que você falou em um post, e que vende gato por lebre para fazer acreditar que escreve literatura, tendo por isso espaço na Os Bons Companheiros, vulgo Caros Amigos. Como não acredito que periferia condiciona o talento de quem quer que seja, a não ser que esse alguém julgue conveniente manter-se nela para sair no Big Brother na cota dos pobres e virar tese de antropologia, digo logo: se quiser que sua arte chegue às civilizações, mas civilização mesmo, não essa vagabundagem híbrida tão em voga, que o periférico não engula pilha dos departamentos de ciências sociais e enriqueça seus meios expressivos, pois deve lembrar-se de que Dostoieviski era da “perifa” e Lima Barreto era preto, pobre, bêbedo, já foi internado em hospício e não pôde contar com as reportagens de Regina Casé.

Falando em Ferrez, que acha muito justo um cidadão entregar seus pertences ao ladrão, ao mesmo tempo, segundo a máxima Qui culum habeat metum habeat, excluindo-se do rolo - desejar o mesmo fim tanto para ele como para Luciano Huck é falta de senso de hierarquia, além de ser uma apologia à ditadura do proletariado, que atualmente se revela no monopólio da indignação pelos pobres em detrimento aos ricos no que respeita a ter os mesmos direitos, os quais no momento politicamente correto engrossam o caldo dos excluídos. Afinal, segundo uma sociologia em voga, aliás puxa-saco e uma das fontes de criminosos, a violência não dói aos ricos, mesmo que sejam vítimas diretas dela. Mas isso vale também para os ricos Brown e Ferrez?

Em tempo, o bang-bang do Sertão é mais um experimento do Instituto Butantã.

Jessé de Almeida Primo

11:16 AM  

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