segunda-feira, janeiro 29, 2007

Puro

"Samadhi
Levantados os véus de luz e sombra,
Evaporada toda a bruma de tristeza,
Singrado para longe todo o amanhecer de alegria transitória,
Desvanecida a turva miragem dos sentidos.
Amor, ódio, saúde, doença, vida, morte: extinguiram-se estas sombras falsas na tela da dualidade.
A tempestade de maya serenou com a varinha mágica da intuição profunda.
Presente, passado, futuro, já não existem para mim,
Somente o Eu sempiterno, onifluente, Eu, em toda parte.
Planetas, estrelas, poeira de constelações, terra,
Erupções vulcânicas de cataclismos do juízo final,
A fornalha modeladora da criação, geleiras de silenciosos raios X, dilúvios de elétrons ardentes, Pensamentos de todos os homens, pretéritos, presentes, futuros,
Toda folhinha de grama, eu mesmo, a humanidade, cada partícula da poeira universal,
Raiva, ambição, bem, mal, salvação, luxúria, tudo assimilei, tudo transmutei
No vasto oceano de sangue de meu próprio Ser indiviso."
Paramahansa Yogananda