segunda-feira, março 13, 2006

Tico

De vez em quando eu penso. De vez em quando me vem à cabeça perguntinhas do tipo: por que ninguém mais lê? por que um bando de escrotos está sempre no poder e sempre tem a $$ na mão? será que tudo isso que constitui a essência do Ocidente é h? Vocês já pensaram sobre isso? (Cer) vejam bem: passamos boa parte de nossas vidas numa luta insana para adquirir um pouco de sabedoria (será isso o que perseguimos mesmo?) e tentarmos entender melhor o mundo, as coisas, as pessoas, até a Natureza cacildes!!! Mas, percebemos que nada disso tem uma funcionalidade específica onde quer que estejamos. Não se enganem, não pensem que em uma universidade a situação é diversa. Ali há o reflexo do que, obviamente, acontece no social como um todo, portanto, com uma edulcoração de títulos e canudos. É a mesma coisinha. A camisa-de-força é sempre posta em você. Existem modelos, moldes para que não se perca de vista nenhum pensamento, nada que diga um "não" às super estruturas (pode-se falar em Marx ainda? foi mal...) é aceito.
Quando nos pegamos horas à fio pensando, refletindo sobre algo, por exemplo, que ocorreu no século 19, perpassa, em um fio de segundo, a incapacidade de que aquele raciocínio logre êxito num mundo preparado para experiências mais prazerosas, quer a vida alheia - via um voierismo fajuto ou um novo meio cibernético de flagrar alguém - ou com estímulos pseudo sensuais, como crianças rebolando em programas de TV.
Marcelo Tas disse no ótimo programa Saca rolha que o mundo está ficando homossexual. É a pura verdade. As dicotomias dos sexos, antes tão importantes para uma consolidação do sujeito, é posta em xeque para que a confusão instale-se e todos se transformem num não-ser, ou seja, sem as delimitações do "pode-não pode" sexual passa a se instalar um vale-tudo em que as identidades fluem-se de tal forma que perigam perder-se. Sem identidade, fica-se vulnerável; daí, aperte a tecle SAP.
Vale a pena tanto esforço? Toda a intelectualidade brazuca é bancada pelo Estado. Reflete o Estado, ora pois. Toda a mídia mundial é concentrada nas mãos de meia dúzia (chega a tudo isso?), portanto não existe informação de verdade. Toda forma de pensamento contrário ao que aí está é banido por não fazer parte do "politicamente correto", logo está fadado a ser anacrônico, perdido num mosaico ultrapassado, coisa de museu.
Penso no mundo. Penso em mim como sujeito desse mundo. Penso nas pessoas que me rodeiam e nas que estão distantes, buscando o que comer e o que beber; que não sabem ler, que não escrevem e que, quando escrevem, não conseguem ver nada além de fumaça no congelador.
Não confundam com pessimismo: eu não sou um otimista bem informado.