sexta-feira, setembro 30, 2005

Durante a entrega do VMB rolou a pergunta: o que é POP?
Para mim é tudo aquilo de prazer instantâneo, beirando o descartável, mas com uma cara inteligente. Lógico, a cultura não é estática; ela não está presa a nenhum tipo de Escola, seja ela localizado em estratos A, B ou Z. Portanto, clips, Madonna, moda, cadernos 2, HQs e tantos outros ícones pop fazem parte desse arcabouço que para muitos cheira a cretinice. Mas a cretinice está em todos os lugares e não é privilégio da cultura pop. Grandes obras clássicas foram feitas para pagamento de dívidas ou para ostentar uma riqueza fajuta (vide Dostoievsky, Mozart e Balzac), então o grande lance está em não pôr uma "arte" em detrimento da outra.
D-I-A-L-É-T-I-C-A.

4 Comments:

Blogger Emerson said...

Sei que o post trata do VMB, mas perto da imbecilidade do referendo peço a todos que dediquem uns poucos minutos para ler o que vem a seguir:
Estamos, provavelmente, diante de uma das maiores farsas da história republicana. A segurança pública está aos frangalhos e há toda uma campanha em curso para desarmar os cidadãos desse país, como se eles fossem os verdadeiros responsáveis da criminalidade existente. O narcotráfico, o crime organizado e a corrupção sistêmica se alastram, enquanto os nossos governantes põem em cena uma grande simulação, tendo como objetivo ocultar o que realmente acontece em nossas cidades e em nosso cotidiano. Políticos ditos de “direita” e de “esquerda” se amalgamam como se fossem os arautos do progresso, numa bizarra confusão ideológica que mostra o quanto essas velhas distinções estão desgastadas. Ser contra o desarmamento foi tornado equivalente a ser “bárbaro” ou “troglodita”, acuando os defensores da liberdade pessoal a uma posição defensiva. Poder-se-ia também utilizar o argumento contrário: os que defendem o desarmamento estariam defendendo os criminosos, pois esses não serão minimamente atingidos por essas medidas. Como deveriam ser chamados: cúmplices? Um pouco de honestidade não faria mal ao debate.

Primeiro, salta aos olhos, salvo para os que não querem ver, que o crime organizado independe do tipo de arma que os cidadãos de bem têm para sua defesa própria. O seu armamento é muito mais sofisticado e poderoso, além de não ser comprado em “lojas” normais, essas que vendem instrumentos de caça e pesca. O seu armamento, muitas vezes, é superior ao utilizado pelas polícias militar, civil e federal, que não têm recursos necessários para aquisição do que, para elas, é um mero instrumento de trabalho. O que o atual governo e os seus aliados estão fazendo consiste em desarmar pessoas que ficarão à mercê de meliantes, pois não poderão contar, com o grau de eficiência devida, com os órgãos de segurança pública. A lei do desarmamento, como tantas outras em nosso país, dificilmente pegará, de modo que se criará a seguinte situação esdrúxula: os cidadãos de bem deverão se aprovisionar de armas junto aos delinqüentes e criminosos, num mercado negro que florescerá, dando maior força ainda à criminalidade.

Se há um ponto sobre o qual todos os pensadores do Estado estão de acordo é o que diz respeito à segurança pública. A função primeira do Estado consiste em assegurar aos seus membros a paz pública, sem a qual a vida, a integridade do corpo e do patrimônio estão ameaçadas. Ora, o que observamos em nossas cidades é o desenvolvimento da segurança privada, que, na verdade, só está ao alcance das pessoas mais bem aquinhoadas socialmente. Os outros ficam literalmente à intempérie, não podendo contar com um Estado que lhes dê a mínima garantia.

Há, porém, uma questão muito mais grave ainda, e ela diz respeito ao cerceamento da liberdade. O Estado está se imiscuindo na esfera da liberdade de escolha de cada um, impondo um parâmetro de conduta que amortece a responsabilidade individual. Um dos maiores ganhos da civilização reside na liberdade de escolha, cada indivíduo podendo avaliar e decidir o que é melhor para si, sem que uma instância coletiva lhe impeça de exercer esse direito básico. Se uma determinada pessoa escolhe ter uma arma, ela deve ser respeitada como algo próprio de sua esfera privada. Dentro de sua casa, por exemplo, ela tem todo o direito de se defender de qualquer invasor externo. Ela não é criminosa nem comete um delito qualquer por ter uma arma, que pode ser utilizada para sua defesa, para o exercício de um esporte ou por hobby . Se fizer uso indevido dessa arma, será igualmente julgada por isto, e o código penal prevê perfeitamente esses casos.

O que está em questão, portanto, é a liberdade enquanto tal. Defender o desarmamento dos cidadãos de bem (e dar livre trânsito à grande bandidagem) é um ato de extrema irresponsabilidade. Enquanto nada ou muito pouco é feito em termos de uma efetiva reforma da segurança pública, cria-se um grande factóide, como se os discursos e a demagogia fossem capazes de assegurar a integridade de cada um. Por que os partidários do desarmamento das pessoas de bem não usam o mesmo ardor e os mesmos recursos para desarmar, prender e julgar os criminosos, a começar pelo crime organizado?

Todos sabem que foi organizado um referendo para 23 de outubro próximo, quando todos os eleitores serão chamados às urnas.

O referendo tem cartas marcadas, uma massiva propaganda institucional partida de Brasília engabelou a opinião pública, com a ajuda da imprensa.

Não foi muito difícil botar nas cabeças das pessoas que as armas de fogo matam.

Intentou-se então a pergunta cretina que será respondida por todos os eleitores: se eles são a favor da proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil?

* * *

Isto é tão cretino quanto perguntar-se se as pessoas são a favor da comercialização do arsênico e da estricnina.

É claro que todos são contra o arsênico e a estricnina. Porque o raciocínio reflexo é de que são venenos. Ninguém vai se lembrar que o arsênico e a estricnina têm também outras mil utilidades que não nada têm a ver com a eliminação de seres vivos, inclusive humanos.

Se se faz um plebiscito calhorda indagando dos brasileiros sobre o arsênico e a estricnina, todos votam contra esses dois letais venenos.

O Brasil então vai cair nesta armadilha e vai votar de goleada a favor do desarmamento.

* * *

Aqui no Rio Grande do Sul, apesar do apoio dissimulado e inconvicto da imprensa ao desarmamento, tem chance de ganhar o voto contrário ao desarmamento.

É que proibir o revólver ao gaúcho é como proibir-lhe o chimarrão. Está entranhada na alma do gaúcho a posse de uma arma, o revólver e a faca podem nunca ser usados pelo gaúcho, mas estarão sempre presentes em sua cintura na campanha.

De nada adiantará que os gaúchos votem contra o desarmamento, o resto do Brasil vai votar a favor.

* * *

Teremos a seguinte situação a partir de outubro: quando uma pessoa estiver para ser assaltada ou já estiver sendo assaltada, não terá mais como pedir socorro a seus vizinhos.

Todos os vizinhos estarão desarmados. Não é o mais importante, até mesmo porque a grande maioria do povo brasileiro é desarmada.

O mais importante, o fundamental é que a bandidagem, que daqui a cinco anos estará empatada em número, na marcha que vai, com as pessoas de bem, terá então a certeza de que todos estão desarmados.

* * *

Quando os ladrões, depois do referendo de cartas marcadas, tiverem a certeza de que todos num edifício, numa rua, num bairro, num rincão, onde é impossível às pessoas que vivem no meio agreste não ter uma arma para defender-se dos animais ou de prováveis assaltantes - quando os ladrões tiverem a certeza de que toda uma cidade e todo um Estado estão desarmados, vai ser uma festa para eles. Nunca vai ser tão fácil roubar, estuprar e assassinar, sem o mínimo risco de que alguém na volta do local do delito tenha uma arma para defender as vítimas.

* * *

É fácil adivinhar o que vai acontecer depois do referendo. Os ladrões continuarão armados, até mesmo porque muitos cidadãos de bem se tornarão criminosos, obrigados a aderir ao contrabando de armas e munições. Não é uma tragédia?

Vão proibir as armas, mas assim como a maconha e a cocaína, proibidas, as armas e as munições, contrabandeadas, existirão.

Se a pergunta do referendo fosse honesta ("Você é a favor de que os brasileiros tenham uma arma de fogo em casa para se defender?"), o resultado seria exatamente o contrário do que vai ser.

Mas com pergunta cretina só pode haver resposta incauta.

12:54 PM  
Blogger Emerson said...

Quando um governo quer dominar completamente uma nação, primeiro toma do cidadão o direito e a possibilidade de se defender.

A guerra da independência americana ocorreu, entre vários outros motivos, por ter o governo inglês proibido os colonos na América de possuir armas. Isso em colônias de fronteira, sofrendo constantes ataques dos índios. Não é de admirar que, quando foi formulada a Constituição americana, um adendo foi colocado na mesma proibindo o Estado de passar lei contra a liberdade de imprensa, de religião e do direito do cidadão possuir e manter armas. O artigo II, do Bill of Rights, adendo à Constituição americana, reza: "(Considerando-se que) uma milícia bem organizada é necessária para a segurança de um estado livre, o direito do povo de possuir e manter armas não será violado". Até agora, nenhum governante americano jamais tentou estabelecer uma ditadura, nem mesmo em tempos de guerra. Uma ditadura naquele país seria confrontada por dezenas de milhões de cidadãos armados.

Quem quer dominar um país, primeiro tem que desarmar o povo.

Trinta anos atrás, fui testemunha dos resultados da política de desarmamento posta em execução em Angola, durante a revolução portuguesa de 1974. Tendo declarado Angola livre, foi decidido pela própria revolução
portuguesa expulsar seus patrícios da África, para que não interviessem no chamado processo de descolonização. Assim, foi passada uma resolução proibindo ditos colonos de possuir armas, inclusive armas brancas pontiagudas e até mesmo facas de cozinha. Em 1975, tive a oportunidade de conferir o resultado dessa política, ao visitar um campo de ex-colonos portugueses, na vizinhança de Lisboa. Na verdade, era um campo de concentração, onde centenas de "angolanos" portugueses eram guardados a sete chaves, para que não informassem a população sobre o que havia ocorrido na África. Fui lá com um grupo de membros do Comitê de Apoio aos Retornados de Angola, levando agasalhos e remédios para aqueles refugiados.

Ao chegarmos no campo, fomos muito mal recebidos pelos guardas que controlavam o local. Esses guardas, assim nos informaram os que ali estavam internados, eram "todos do Partido Comunista". Em breve, fomos rodeados por homens e mulheres reclamando aos brados do tratamento que ali estavam recebendo. Perguntei-lhes sobre o que se passara em Angola. Todos foram unânimes em afirmar que o chefe das forças armadas portuguesas em Angola, o Almirante Rosa Coutinho, os havia desarmado, e os deixara sem nenhuma proteção contra os ataques dos revolucionários do MPLA. Era alegado pelo comandante português ser necessário "acelerar" o processo de descolonização de Angola. "Descolonizar", na definição de Rosa Coutinho, queria dizer expulsar todos os portugueses do novo país.

Vieram então os valorosos revolucionários do MPLA, e começaram a tomar todas as propriedades dos colonos portugueses, expulsando-os de suas casas com apenas a roupa do corpo. Na maioria dos casos, esses nobres guerreiros também amarravam os homens ás arvores e estupravam as mulheres.
Em breve, fomos expulsos do campo. O sargento encarregado não nos deixou distribuir as roupas e remédios que levávamos e foi-nos dito muito claramente que não mais voltássemos lá.

E que teria isso a ver com o Brasil? Vendo toda a agitação que ocorre em nossa Pindorama para desarmar a população, pergunto: o que haverá por trás disso tudo? Questiono-me ainda: por que esse movimento não começa exigindo o desarmamento dos bandidos nos morros cariocas, e nas favelas de São Paulo, Belo Horizonte e de todas as capitais do Brasil, onde eles imperam? Os bandidos hoje debocham do governo, oferecendo mais dinheiro pelas armas que lhes são repassadas do que o valor que o governo paga aos donos das armas que são entregues às autoridades voluntariamente.

Evidentemente, a lei contra as armas está direcionada a um grupo específico: os donos de propriedade. Pretende-se tirar deles o direito e a capacidade de defender o que é seu. O MST e organizações congêneres de
sem-terra invadem propriedades e o governo nada faz, exceto pedir "paciência" aos invasores. Porém, quando os donos de terra defendem suas propriedades são chamados de criminosos.

Quando será que as residências particulares começarão também a ser invadidas pelos sem-teto, como aconteceu na Rússia, em 1917; no Leste Europeu, depois da Segunda Guerra; em Cuba, em 1960; e em Portugal, em 1974? Afinal, este é um governo que predica a "solidariedade" e insiste que os cidadãos sejam "solidários" com os pobres. Uma nobre causa, sem dúvida, mas será que essa solidariedade chegará a ponto de se exigir que o cidadão divida sua residência com os favelados, como pessoalmente vi acontecer em Portugal, em 1974? E se o cidadão recusar dividir sua casa com estranhos e resistir com armas na mão? Torna-se necessário, então, tirar dele toda e qualquer possibilidade de defender seu lar e a sua propriedade.

Sob a desculpa de se conter a violência, simples ocorrências policiais são registradas e incrementadas pela televisão, e mídia em geral, dentro de um programa planejado para inculcar medo à população, para que esta aceite ser desarmada. Para que? Para que possa ser espoliada de sua propriedade e deixada à mercê do Estado? Este parece ser o plano das nossas dignas autoridades, que beberam da mesma fonte daqueles que
dominaram a Rússia por 70 anos, o Leste Europeu por mais de 40, e Cuba desde 1960.

Você se sente mais seguro desde o início do Estatuto do Desarmamento? Deveria – ao menos na opinião dos defensores do desarmamento dos civis –, pois o número de armas legais diminuiu. As ilegais continuam em circulação.

Algum bandido entregou sua metralhadora, pistola, fuzil, granada ou bazuca para a Campanha do Desarmamento? Não? Então, isso significa que ele continua bem armado. E você?

Desarmar a população? Que população? A que trabalha e ajuda o país a crescer? Ou a população de assaltantes, criminosos, marginais, que proliferam e estão transformando o Brasil num caos? Faz parte dessa população a parcela de indivíduos que está colocando o trabalhador honesto numa casa que mais se assemelha a uma prisão, tamanha a quantidade de grades e cadeados necessários para buscar a chamada “segurança”?

Se o Estado não pode devolver a vida, não tem o direito de tirá-la. E a está tirando quando nega a legítima defesa ao cidadão. A polícia não é onipresente. Normalmente, ela chega depois de ocorrido o crime. E quem nos defende durante a ocorrência dos mesmos? Por que, então, negar o direito de defesa ao cidadão de bem?

Não estamos apregoando a liberação descontrolada do comércio de armas de fogo, mas sim lutando para preservar o direito do cidadão devidamente habilitado de portar a sua arma. A proibição do comércio de armamentos não diminuirá a criminalidade, porque a lei é dirigida aos cidadãos honestos, ao invés de aos criminosos. Por isso, seria de extrema importância que nos informassem o número de homicídios cometidos com armas legais. Veríamos que o número é mínimo, se não for zero. No entanto, entende-se: se nos derem essa informação, cairá por terra a tese do desarmamento do cidadão de bem.

Gostaria que os deputados, juízes, senadores, desembargadores, promotores e todos aqueles que legislaram em causa própria, e se excluíram da lei que vai ser levada ao voto popular, através do referendo do dia 23 de outubro, mostrassem que realmente desejam a proibição das armas nas mãos do cidadão de bem abrindo mão da sua prerrogativa de as terem.

Nós, cidadãos comuns, também corremos riscos. Estaremos proibidos de portá-las ainda que quem legisle sobre a questão continue a fazê-lo, mesmo sem se submeter aos exames a que nós somos obrigados, uma vez que eles possuem o chamado Porte funcional. O exemplo deve vir de cima, ABRAM MÃO DA PRERROGATIVA DE TER ARMAS e, depois, se tudo der certo, pensem em tirar o nosso direito.

Se o referendo for aprovado, O CIDADÃO CIVIL NUNCA MAIS PODERÁ COMPRAR UMA ARMA OU MUNIÇÃO PARA A SUA PROTEÇÃO.

12:59 PM  
Anonymous Anônimo said...

SEM CONVERSA

Que Dostoievsky, Mozart e Balzac escreviam para pagar dívidas, todo mundo sabe, inclusive os próprios. Acontece que por trás desses seres humanos tão suscetíveis às circunstâncias há um criador que por meio do seu oficio pensa e encontra ordem nas coisas. É preciso muita coragem e muito caráter para entender e organizar o turbilhão do mundo.
A pop art nada mais é que a celebração da covardia, da desistência da vida e populismo barato travestidos em revolução e, na melhor das hipóteses, não passa de um niilismo militante: - O povo é medíocre, é raso, logo façamos algo raso, estejamos a sua altura e escrevamos um manifesto para que a academia nos custeie a superficialidade. Ou seja, puro parasitismo cultural.
Apesar de suas fraquezas, e até por meio delas(uma vez terem-nas dialetizado no pensamento e na criação), Dostoievsky, Mozart e Balzac construíram uma realidade cultural, superaram os caprichos da época, sem esquecer os próprios, e permaneceram como acervo do que uma civilização tem de melhor. A pop art, por sua vez, não conseguindo criar uma cultura e sendo ignorada por ela, apenas criou uma moda, a qual se encarregou ou ainda se encarregará de fazê-la desaparecer em meio às próprias novidades. Sendo assim, o diálogo entre esses dois mundos não é recusado, na verdade não é possível.

Jessé de Almeida Primo

1:50 PM  
Blogger sergio marcone said...

Acontece, meu nobre Jessssss, que com o passar dos tempos - séculos aqui, inclusive - há as releituras de cada época.
Você garante que daqui a um século a pop-art seja alçada à condição de "arte maior" do que Balzac??
(Eu não aposto nem um tostão...)

12:10 PM  

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